Visita à Igreja de Santa Catarina, Lisboa - 12.4.2025
A A.C.E.R. promoverá uma visita à Igreja de Santa Catarina (ou dos Paulistas) em Lisboa no dia 12 de Abril, pelas 15:00h, orientada pela Prof. Doutora Isabel Mayer Godinho Mendonça (vd CV em https://www.cienciavitae.pt/9B1A-3BAC-DDB7).
Esta investigadora, sobre a Igreja de Santa Catarina e a Capela da Ordem Terceira de São Francisco escreve: "Na obra de estuques destes dois templos (talvez sejam os mais belos tectos estucados de Lisboa), participaram, segundo Cirilo, Grossi e os seus dois primos Toscanelli e Guadri, e ainda Pedro Chantoforo" (MENDONÇA, 2009, pp. 37 transcr. MACHADO, Cirilo, 1922; pp. 215).
Acrescenta: "A presença em Lisboa dos estucadores atrás referidos e a vinda de outros após o terramoto, também referido por Cirilo, permitiram a divulgação desta prática decorativa, que além de maior rapidez e economia de realização, se adequava muito bem ao gosto então já dominante nos interiores lisboetas, pela extrema ductilidade de matéria prima utilizada" (Idem, pp. 36).
Refere o emprego da «quadratura» (ilusão da perspectiva em arquitectura), na igreja:
"Na abóbada da comprida nave, de planta rectangular, organiza-se uma bem ordenada composição em estuque relevado branco, com apontamentos a ouro, sobre um fundo liso marmoreado em tons pastel e azul. A composição é enquadrada, nos lados maiores, por quadraturas simulando um parapeito apoiado em mísulas sobre o qual se erguem frontões semicirculares, e, nos lados menores geométricos em que se inserem cartelas com cenas figurativas alusivas à fundação da Ordem e bustos de santos fundadores de ordens religiosas"
E na sacristia: "A abóbada em espelho é centrada por uma composição perspectivada, simulando um turbilhão de anjinhos no meio de nuvens, segurando alfaias do culto e enquadrá-la, uma moldura de perfil ovalado. Em redor da moldura, delimitada por uma faixa decorada de concheados, uma bem orquestrada quadratura, apoiada na sanca, é composta por quatro arcos rebaixados, antecedidos por parapeitos de balaústres e outros elementos arquitectónicos, alternando com outros quatro arcos menores, nos quatro cantos, centrados por pedestais."
Acrescentamos que a visita à Igreja de Santa Catarina proporcionará a possibilidade de apreciamos a obra de Giovanni Grossi (1715-1780) pois dele não se conhece no Norte do país qualquer composição em estuque decorativo nem tampouco são existentes muitos exemplares do período estilístico em que trabalhou – o barroco-rococó.
Na igreja existe um Órgão datado do Séc, XVIII (3.º quartel) com uma «notável caixa» pela sua decoração (AZEVEDO, 1972:45)
BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Carlos – Caixas de Órgãos Barrocos de Portugal. Ed. Bibliotheca Organológica. Vol. 50. Amesterdão, 1972
MENDONÇA, Isabel Mayer Godinho – Estuques Decorativos. A evolução das formas (séc.s XVI a XIX). Ed. Principia, Lisboa, 2009
Esta investigadora, sobre a Igreja de Santa Catarina e a Capela da Ordem Terceira de São Francisco escreve: "Na obra de estuques destes dois templos (talvez sejam os mais belos tectos estucados de Lisboa), participaram, segundo Cirilo, Grossi e os seus dois primos Toscanelli e Guadri, e ainda Pedro Chantoforo" (MENDONÇA, 2009, pp. 37 transcr. MACHADO, Cirilo, 1922; pp. 215).
Acrescenta: "A presença em Lisboa dos estucadores atrás referidos e a vinda de outros após o terramoto, também referido por Cirilo, permitiram a divulgação desta prática decorativa, que além de maior rapidez e economia de realização, se adequava muito bem ao gosto então já dominante nos interiores lisboetas, pela extrema ductilidade de matéria prima utilizada" (Idem, pp. 36).
Refere o emprego da «quadratura» (ilusão da perspectiva em arquitectura), na igreja:
"Na abóbada da comprida nave, de planta rectangular, organiza-se uma bem ordenada composição em estuque relevado branco, com apontamentos a ouro, sobre um fundo liso marmoreado em tons pastel e azul. A composição é enquadrada, nos lados maiores, por quadraturas simulando um parapeito apoiado em mísulas sobre o qual se erguem frontões semicirculares, e, nos lados menores geométricos em que se inserem cartelas com cenas figurativas alusivas à fundação da Ordem e bustos de santos fundadores de ordens religiosas"
E na sacristia: "A abóbada em espelho é centrada por uma composição perspectivada, simulando um turbilhão de anjinhos no meio de nuvens, segurando alfaias do culto e enquadrá-la, uma moldura de perfil ovalado. Em redor da moldura, delimitada por uma faixa decorada de concheados, uma bem orquestrada quadratura, apoiada na sanca, é composta por quatro arcos rebaixados, antecedidos por parapeitos de balaústres e outros elementos arquitectónicos, alternando com outros quatro arcos menores, nos quatro cantos, centrados por pedestais."
Acrescentamos que a visita à Igreja de Santa Catarina proporcionará a possibilidade de apreciamos a obra de Giovanni Grossi (1715-1780) pois dele não se conhece no Norte do país qualquer composição em estuque decorativo nem tampouco são existentes muitos exemplares do período estilístico em que trabalhou – o barroco-rococó.
Na igreja existe um Órgão datado do Séc, XVIII (3.º quartel) com uma «notável caixa» pela sua decoração (AZEVEDO, 1972:45)
BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Carlos – Caixas de Órgãos Barrocos de Portugal. Ed. Bibliotheca Organológica. Vol. 50. Amesterdão, 1972
MENDONÇA, Isabel Mayer Godinho – Estuques Decorativos. A evolução das formas (séc.s XVI a XIX). Ed. Principia, Lisboa, 2009