Visita Cultural a Santo Tirso - 14.9.2019
A A.C.E.R. promoverá em 14 de Setembro uma Visita Cultural a Santo Tirso orientada pelo Dr. Manuel Almeida Carneiro, que sobre o evento elaborou a seguinte sinopse:
Santo Tirso: de João de Turriano a Tintoretto. Itinerário beneditino
A Igreja Matriz atual foi edificada no século XVII e o risco da obra é da autoria do Frei João de Turriano. Era filho de um arquiteto milanês, Leonardo Turriano, contratado por Filipe II, e dirigiu vários trabalhos nas sés de Viseu e Leiria. Como engenheiro militar dirigiu a construção do forte de Cabeça Seca, vulgo Torre do Bugio, o Forte da Foz do Douro e o Fortim de Matosinhos (anterior a 1642).
Na fachada vemos três nichos com as esculturas de Santo Tirso ao centro, ladeado por S. Bento e Santa Escolástica. A planta da Igreja é de cruz latina, com uma só nave. A sacristia foi a primeira parte a erguer-se, seguiu-se a capela-mor e a galilé. A Sala do Capítulo está hoje integrada na Escola Agrícola, tal como a Livraria Nova, concebida pelo monge e artista beneditino Frei José de Santo António Ferreira Vilaça. Havia uma Botica «ornada de estantes, e guarnecida de vidros, garrafas e outros mais trastes» e o Cárcere Monástico para os frades indisciplinados.
O recheio da Igreja do Mosteiro é digno de apreço. Destacamos os retábulos de talha dourada, as sanefas dos janelões do tipo rocaille e os púlpitos da autoria de Frei José de Santo António Ferreira Vilaça. Foi este mesmo artista que projetou a monumental Grade de Ferro de ferro bronzeado, que divide o corpo da igreja do seu transepto, à qual se acrescentaram um crucifixo e os castiçais. A caixa do Órgão Portátil é da autoria do mesmo artista beneditino e a Estante Giratória do Coro Alto foi feita pelo entalhador portuense António de Azevedo Fernandes, nos finais do século XVIII.
Retomando o itinerário beneditino, seguimos para Roriz, com paragem na Igreja Românica iniciada em 1158. A grande rosácea que ilumina a nave é digna de admiração, tal como a capela-mor rematada em forma poligonal, com arcadas cegas que exibem capitéis de gosto gótico e frestas com toros diédricos, característicos do românico portuense.
E para concluir o nosso percurso seguir-se-á a visita ao Mosteiro de Singeverga que alberga a monumental tela (5,25 metros de comprimento por 2,25 metros de altura) de Jacopo Tintoretto: A Adoração dos Reis Magos. Segue-se a análise iconográfica desta obra sublime do maneirismo europeu e, posteriormente, a degustação do saboroso Licor de Singeverga.
©Manuel Almeida Carneiro
As inscrições podem ser feitas por email para acer.geral@acer-pt.org